Não preciso ser salva
A regra é que eu não responda quem não me atraia.
E ainda assim existem os infelizes cujo ego de cristal quebra com um “block” e depois tentam me ofender na internet.
Eu não apago nenhum contacto pois posso precisar dele judicialmente em caso de difamação ou injúria virtual, além que tenho certa memória eidética: uma vez visto, costumo não me esquecer, sobretudo de rostos!
Embora xistam alguns que fazem valer a frase da minha mãe: “quem desdenha quer comprar”.
Enfim, sou uma dama e comumente eu só respondo em 3 casos:
a) machos inegrumes que precisam ser postos no devido lugar como um serviço de saúde pública.
b) homem que me atrai e é educado.
c) indivíduo bonito e educado que já me procurou planeando um encontro, mas deu uma boa justificativa.
Depois que me tornei acompanhante aprendi que os homens acham que toda a mulher neste meio é nômada porque á excepção dos homens inteligentes a maioria dos cidadãos, inclusive os "bonitinhos, mas ordinários" perguntam-me onde eu fico ou onde estou como se eu não tivesse residência fixa ou morasse na rua tipo o filme Bruna a Surfistinha.
Sim eu sou o cúmulo da seletividade.
“Chata”? “Enjoada”
Chamem-me do que quiserem, eu sei que sou perfeccionista e especifiquei minha hora para que eu possa aproveitar e lucrar, mas também porque quero ser a melhor companhia para o cavalheiro que vem até mim.
A melhor que ele já teve na vida!
E eu não conseguiria dar mais do que um sorriso amarelo para 90% dos homens que me procuram, porque sim, eu leio até as frases colocadas no WhatsApp, vejo nelas uma boa forma de descobrir como o cidadão pensa, se é acéfalo ou algo assim.
Eu julgo sem conhecer? Sim, claro que sim!
E penso muito mas muito mesmo!
Podem-me chamar de revoltada com o mundo mas se alguem não faz o que faço, fique sabendo que não tem legitimidade nenhuma para me criticar.
Eu sei que a sociedade ama clichês: a história da jovem rebelde e imatura que saiu de casa para se prostituir e provêr os seus luxos que foi ao ápice da riqueza e ao fundo do poço e reergueu-se sendo salva pelo amor de um homem, com vestido no altar da igreja.
A minha história não é e não pretende ser e nem será sobre imaturidade, sobre ganância, sobre vontade de ostentar, sobre deslumbramento, sobre salvação.
Tornei-me acompanhante depois de reflectir, depois de viver altos e baixos no mundo real, depois de relacionamentos amorosos abusivos, depois de me conhecer bem o suficiente para saber que eu não quero um casamento, nem uma relação baseada no comodismo e sustentada em aparências.
Não quero que um homem me sustente e queira cuidar financeiramente de mim.
Ser acompanhante foi a minha salvação e não a minha derrocada. Eu me cuido e salvei-me com muita reflexão, análise e claro coragem para ir de encontro à hipocrisia, aos 24 anos de idade.
Eu tenho o direito de ser criteriosa!
Afinal meu corpo, minhas regras.
Se isso inflama ou irrita a sociedade é porque há muito preconceito a ser superado! Machismo perpetrado até por mulheres!
Foi-se o tempo em que ser cortesã era “falta de opção” de mulheres desesperadas, em que ser esposa/mãe era obrigação e que “puta” era uma marginal que tinha que aceitar todos e fazer tudo para agradar-lhes!
Posso ficar milionária e continuarei sendo cortesã enquanto eu tiver libido, porque não conheço nenhum homem que me mereça de graça !
Está incomodado?
Retire-se, porque aqui ninguém fica por obrigação.
Nem eu mesma!